WebRádio Trindade Santa: maio 2010

domingo, 30 de maio de 2010


Visitação de Nossa Senhora
31 de Maio


Sabemos que Nossa Senhora foi visitada pelo Arcanjo Gabriel com esta mensagem de amor, com esta proposta de fazer dela a mãe do nosso Salvador. E ela aceitou. E aceitar Jesus é estar aberto a aceitar o outro.
O anjo também a comunicou que sua parenta Santa Isabel já estava grávida.
Aí encontramos o testemunho da Santíssima Virgem no Evangelho de São Lucas no capitulo 1, quando depois de andar cerca de 100km ela se encontrou com Isabel.

Nesta festa também vamos descobrindo a raiz da nossa devoção a Maria. Ela cantou o Magnificat, glorifcando a Deus. Em certa altura ela reconheceu sua pequenez, e o porquê deveríamos ter essa devoção, que passa de século a século.

“Porque olhou para sua pobre serva, por isso desde agora me proclamarão bem-aventurada todas as gerações.” São Lucas 1, 48

A Palavra de Deus nos convida a proclamarmos bem-aventurada aquela que por aceitar Jesus, também se abriu à necessidade do outro.
É impossível dizer que se ama a Deus, se não se ama o outro. A visitação de Maria a sua prima nos convoca a essa caridade ativa. A essa fé que se opera pelo amor. Amor que o outro tanto precisa.

Quem será que precisa de nós?

Peçamos a Virgem Maria que interceda por nós junto a Jesus para que sejamos cada vez mais sensíveis á dor do outro, mas que a nossa sensibilidade não fique no sentimentalismo, mas se opere na caridade.

Virgem Maria, Mãe da visitação, rogai por nós!

Evangelho do 31 de maio de 2010


Evangelho (Lucas 1,39-56)
Segunda-Feira, 31 de Maio de 2010
Visitação de Nossa Senhora

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42Com um grande grito exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!” 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
46Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem.
51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

COMEMORAÇAO DA SANTISSIMA TRINDADE


A Trindade OU Santíssima Trindade É uma doutrina Acolhida Pela maioria das Igrejas cristãs Que Professa um Deus Único preconizado em Três Pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Para os Defensores SEUS, É UM DOS dogmas Centrais da Fé Cristã, e hum considerado Mistério. Tais denominações consideram-se monoteístas.

Evangelho do dia 30 de maio de 2010


Evangelho (João 16,12-15)
Domingo, 30 de Maio de 2010
Santíssima Trindade



— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós!
— Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
12“Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora.
13Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará.
14Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. 15Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu”.



- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Evangelho do dia 29 de maio de 2010


Evangelho (Marcos 11,27-33)
Sábado, 29 de Maio de 2010
8ª Semana Comum



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 27Jesus e os discípulos foram de novo a Jerusalém. Enquanto Jesus estava andando no Templo, os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os anciãos aproximaram-se dele e perguntaram: 28”Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu autoridade para fazer isso?” 29Jesus respondeu: “Vou fazer-vos uma só pergunta. Se me responderdes, eu vos direi com que autoridade faço isso. 30O batismo de João vinha do céu ou dos homens? Respondei-me”.
31Eles discutiam entre si: “Se respondermos que vinha do céu, ele vai dizer: ‘Por que não acreditastes em João?’ 32Devemos então dizer que vinha dos homens?” Mas eles tinham medo da multidão, porque todos, de fato, tinham João na qualidade de profeta. 33Então eles responderam a Jesus: “Não sabemos”. E Jesus disse: “Pois eu também não vos digo com que autoridade faço essas coisas”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Evangelho do dia 28 de maio de 2010


EVANGELHO DO DIA. LEIA A PALAVRA DE DEUS
28/05/2010
Evangelho segundo S. Marcos 11,11-26.

Chegou a Jerusalém e entrou no templo. Depois de ter examinado tudo em seu redor, como a hora já ia adiantada, saiu para Betânia com os Doze. Na manhã seguinte, ao deixarem Betânia, Jesus sentiu fome. Vendo ao longe uma figueira com folhas, foi ver se nela encontraria alguma coisa; mas, ao chegar junto dela, não encontrou senão folhas, pois não era tempo de figos. Disse então: «Nunca mais ninguém coma fruto de ti.» E os discípulos ouviram isto. Chegaram a Jerusalém; e, entrando no templo, Jesus começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; deitou por terra as mesas dos cambistas e os bancos dos vendedores de pombas, e não permitia que se transportasse qualquer objecto através do templo. E ensinava-os, dizendo: «Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões.» Os sacerdotes e os doutores da Lei ouviram isto e procuravam maneira de o matar, mas temiam-no, pois toda a multidão estava maravilhada com o seu ensinamento. Quando se fez tarde, saíram para fora da cidade. Ao passarem na manhã seguinte, viram a figueira seca até às raízes. Pedro, recordando-se, disse a Jesus: «Olha, Mestre, a figueira que amaldiçoaste secou!» Jesus disse-lhes: «Tende fé em Deus. Em verdade vos digo, se alguém disser a este monte: 'Tira-te daí e lança-te ao mar’, e não vacilar em seu coração, mas acreditar que o que diz se vai realizar, assim acontecerá. Por isso, vos digo: tudo quanto pedirdes na oração crede que já o recebestes e haveis de obtê-lo. Quando vos levantais para orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe primeiro, para que o vosso Pai que está no céu vos perdoe também as vossas ofensas. Porque, se não perdoardes, também o vosso Pai que está no Céu não perdoará as vossas ofensas.»





Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano
Sermão 46 (a partir da trad. Cervo 1980, t. 2, p. 24)

«Não está escrito: A Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões.»


Nosso Senhor entrou no Templo e expulsou todos os que compravam e vendiam, dizendo: «A Minha casa será chamada casa de oração. Mas vós fizestes dela um covil de ladrões». Que templo é este que se tornou um covil de ladrões? É a alma e o corpo do homem, que são muito mais o verdadeiro templo de Deus que todos os templos alguma vez edificados (1Cor 3, 17; 6, 19).

Quando Nosso Senhor quer vir a este templo, encontra-o transformado num covil de ladrões e numa feira de mercadores. Quem é o mercador? São os que dão o que têm – o seu livre árbitro – por aquilo que não têm – as coisas deste mundo. O mundo está cheio desses mercadores! Há-os entre os padres e os leigos, entre os religiosos, monges e freiras. [...] Tanta gente tão cheia da sua própria vontade [...]; tanta gente que procura em tudo o seu próprio interesse. Pelo contrário, se quisessem fazer negócio com Deus, oferecendo-Lhe a sua vontade, que feliz negócio fariam!

O homem deve querer, deve seguir, deve procurar Deus em tudo o que faz; e quando tiver feito tudo – beber, dormir, comer, falar, ouvir –, deixe então completamente as imagens das coisas e esvazie o seu templo. Uma vez o templo esvaziado, uma vez expulso esse bando de vendedores, a imaginação que te estorva, poderás ser uma casa de Deus (Ef 2, 19). Terás então a paz e a alegria do coração, e mais nada te perturbará, nada do que agora te preocupa, te deprime e te faz sofrer.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Evangelho do dia 27 de maio de 2010




Evangelho segundo S. Marcos 10,46-52.

Chegaram a Jericó. Quando ia a sair de Jericó com os seus discípulos e uma grande multidão, um mendigo cego, Bartimeu, o filho de Timeu, estava sentado à beira do caminho. E ouvindo dizer que se tratava de Jesus de Nazaré, começou a gritar e a dizer: «Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim!» Muitos repreendiam-no para o fazer calar, mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem misericórdia de mim!» Jesus parou e disse: «Chamai-o.» Chamaram o cego, dizendo-lhe: «Coragem, levanta-te que Ele chama-te.» E ele, atirando fora a capa, deu um salto e veio ter com Jesus. Jesus perguntou-lhe: «Que queres que te faça?» «Mestre, que eu veja!» respondeu o cego. Jesus disse-lhe: «Vai, a tua fé te salvou!» E logo ele recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho.





Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Gregório Magno (c. 540-604), Papa e Doutor da Igreja
Homilias sobre os Evangelhos, n°2 (a partir da trad. Tissot, Les Pères nous parlent, 1954, p. 190)

«Filho de David, tem misericórdia de mim»


Com razão a Escritura nos apresenta este cego sentado à beira do caminho e pedindo esmola, porque a Verdade diz acerca de Si mesma: «Eu sou o caminho» (Jo 14, 6). Assim, todo aquele que ignora a claridade da luz eterna é cego.

Se já cremos no Redentor, estamos sentados à beira do caminho. Se já cremos, mas descuramos pedir que nos seja dada a luz eterna e descuramos a oração, podemos estar sentados à beira do caminho, mas não pedimos esmola. Mas se cremos, se conhecemos a cegueira do nosso coração e oramos a fim de recebermos a luz da verdade, então somos efectivamente este cego sentado à beira do caminho e que pede esmola.

Assim, aquele que reconhece as trevas da sua cegueira e sente a privação da luz eterna, grite do fundo do seu coração, grite com toda a sua alma: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim!»

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Evangelho do dia 26 de maio de 2010


EVANGELHO DO DIA. LEIA A PALAVRA DE DEUS
26/05/2010
Evangelho segundo S. Marcos 10,32-45.

Iam a caminho, subindo para Jerusalém, e Jesus seguia à frente deles. Estavam espantados, e os que seguiam estavam cheios de medo. Tomando de novo os Doze consigo, começou a dizer-lhes o que lhe ia acontecer: «Eis que subimos a Jerusalém e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei, e eles vão condená-lo à morte e entregá-lo aos gentios. E hão-de escarnecê-lo, cuspir sobre Ele, açoitá-lo e matá-lo. Mas, três dias depois, ressuscitará.» Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se dele e disseram: «Mestre, queremos que nos faças o que te pedimos.» Disse-lhes: «Que quereis que vos faça?» Eles disseram: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda.» Jesus respondeu: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu bebo e receber o baptismo com que Eu sou baptizado?» Eles disseram: «Podemos, sim.» Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu bebo e sereis baptizados com o baptismo com que Eu sou baptizado; mas o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não pertence a mim concedê-lo: é daqueles para quem está reservado.» Os outros dez, tendo ouvido isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João. Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis como aqueles que são considerados governantes das nações fazem sentir a sua autoridade sobre elas, e como os grandes exercem o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem quiser ser grande entre vós, faça-se vosso servo e quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se o servo de todos. Pois também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos.»





Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1787), bispo e Doutor da Igreja
(a partir da trad. de Oeuvres, t. 14)

«Dar a própria vida em resgate por todos»


Um Deus que serve, que varre a casa, que se entrega a trabalhos penosos – deveria bastar um destes pensamentos para nos encher de amor! Quando o Salvador começou a pregar o Seu Evangelho tornou-Se «o servo de todos», afirmando de Si mesmo que «não veio para ser servido, mas para servir». Foi como se tivesse dito que queria ser servo de todos os homens. E, no final da Sua vida, conforme dizia São Bernardo, «não contente com o facto de ter tomado a condição de servo para Se colocar ao serviço dos homens, quis ainda tomar a aparência de servo indigno para ser maltratado e suportar o castigo que devia cair sobre nós, em consequência dos nossos pecados».

Eis que o Senhor, servo obediente de todos, Se submete à sentença de Pilatos, injusta como é, e Se entrega aos Seus algozes. [...] Assim, tanto nos amou Deus que, por amor de nós, quis obedecer como escravo até morrer e morrer de uma morte dolorosa e infame, o suplício da cruz (Fl 2, 8).

Ora, em tudo isso Ele obedecia, não como Deus, mas como homem, como escravo de que assumira a condição. Tal santo entregou-se como escravo para resgatar um pobre e atraiu a admiração do mundo devido a esse acto heróico de caridade. Mas que caridade é essa, comparada com a do Redentor? Sendo Deus e querendo resgatar-nos da escravidão do Diabo e da morte que nos era devida, tornou-Se Ele mesmo escravo e deixou-Se amarrar e pregar na cruz. «Para que o servo se torne senhor, dizia Santo Agostinho, Deus quis fazer-Se servo».

terça-feira, 25 de maio de 2010

"Perseguições a Igreja hoje e sempre."


Meu caro Leitor, que bom que durante a Semana Santa e o sagrado Tempo da Páscoa o assunto fosse Jesus, sua salvação, sua bendita e santificante presença nos sacramentos da Igreja, sua amada Esposa.

Mas, não! Estamos às voltas como temas sórdidos, como a pedofilia em membros do clero e a tentativa tão porca quanto a pedofilia de incriminar o Santo Padre e tornar a Igreja como um todo culpada pelos crimes de alguns. Percebo mesmo em certos católicos e pessoas de boa vontade uma confusão muito grande ao tratar deste tema. Sendo assim, coloco aqui alguns esclarecimentos:

1. A origem da onda de notícias sobre pedofilia na Igreja – A atual onda de reportagens sobre este tema é maldosa e artificial. Se alguém examinar com calma verá que se tratam de casos antigos, de vinte, trinta, até quarenta anos atrás. Foram suscitados agora devido a uma reportagem do importante jornal americano anticatólico e inimigo ferrenho do Santo Padre, o New York Times, que pertence a uma família judia hostil à Igreja. Este jornal, de modo desonesto e mentiroso, tomou um antigo caso de um padre que molestou crianças surdas numa escola católica norte-americana. Era um caso já há muito noticiado, julgado e encerrado pela justiça norte-americana. Mas, o que o jornal nova-iorquino dizia de novo? Uma mentira forjada em documentos falsos: que o Papa, quando era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, sabia do caso e livrou o padre de ser punido. É verdade isto? Não! Era mentira!

O jornal fundou-se, para fazer denúncia tão grave, num documento da Congregação para a Doutrina da Fé, traduzindo do italiano para o inglês com o tradutor automático do Yahoo! Todo mundo sabe que essas traduções são imprecisas e não têm como traduzir termos canônicos. Resultado: deturpou e adulterou o conteúdo do documento! Como pode um jornal de importância mundial fazer uma gravíssima acusação contra o Papa sem averiguar acuradamente suas fontes? Somente o ódio e a má fé podem explicar tal fato! O importante jornal norte-americano Wall Street Journal desmascarou a má fé do New York Times: mostrou claramente a verdade dos fatos: Bento XVI, à época Cardeal Ratzinger, não encobriu nada e, pelo contrário, fez tudo o que tinha que ser feito para que o padre fosse punido. E realmente, o referido Pe. Lawrence Murphy foi punido conforme as leis da Igreja: foi afastado de todo o trabalho pastoral, suspenso e submetido a tratamento psiquiátrico. E olhe que quando o caso chegou às mãos do Cardeal já havia passado quase vinte anos e o padre já era idoso. O caso já tinha sido arquivado pela justiça comum norte-americana! Mas, ao New York Times interessa não a verdade, mas difamar o Papa. E a campanha continuou, tomando casos antigos já conhecidos, em parceria com um advogado norte-americano que se especializou em extorquir dinheiro da Igreja em casos de abusos sexuais, um tal de Jeff Anderson. O que propõe o New York Times? A ordenação de mulheres, a renúncia de Bento XVI, o fim do celibato e a reabilitação do teólogo anti-Ratzinger, Hans Küng... O que temos aqui? Uma verdadeira tropa de laicistas e católicos secularizados, que não suportam o Papa e preferem jogar a Igreja na sarjeta, desde que consiga atingir o Santo Padre! Imediatamente após a notícia tendenciosa e mentirosa do jornal norte-americano, o jornal alemão Der Spiegel, anticatólico até a medula, publicou duas notícias falsas: (1) afirmou que no tempo em que o irmão do Papa, Mons. Georg Ratzinger, era maestro dos meninos do famoso coral da Catedral de Ratisbona, houve casos de pedofilia e o irmão do Papa os encobriu. Qual era o interesse? Atingir o Papa: eis o sobrenome maldito: Ratzinger!

Depois, ficou provado que não era verdade: não houve caso algum de abuso de crianças no tempo do Mons. Ratzinger. Então, veio a denúncia de que ele espancava as crianças. Mentira também. O Monsenhor apenas era um mestre severo, como tantos de quarenta, cinquenta anos atrás, e, às vezes, aplicou punições corporais nos meninos, como tantos e tantos bons professores fizeram no passado. Era o método comum de educação da época. Mas, o objetivo do jornal foi atingido: difamar, dar notícia negativa com o nome do Papa, levantar suspeição! (2) O mesmo jornal desonesto afirmou que no tempo em que era Arcebispo de Munique, Ratzinger acobertou um sacerdote pedófilo. E fez o que o New York Times já havia feito: pediu a renúncia do Papa! Logo tudo foi desmentido: o sacerdote aludido foi acolhido sim pelo então Arcebispo Ratzinger, mas sem atividade pastoral alguma, morando na casa paroquial com um outro padre para se submeter a tratamento psicológico. Em todo tempo em que esteve à frente da Arquidiocese de Munique não houve caso algum de abuso sexual por parte de sacerdotes de sua Arquidiocese. É importante ainda recordar quando apareceu a reportagem do New York Times: logo após o Papa ter escrito sua Carta aos católicos irlandeses sobre a questão de pedofilia na Irlanda: é só ler a carta para compreender a linha de ação de Bento XVI: clareza, reconhecimento dos erros dos sacerdotes, demissão do estado clerical, renúncia do Bispo que não soube conduzir a situação! Mas, aos jornais anticatólicos interessa não a verdade, não o trabalho que o Papa tem feito, mas difamá-lo e desautorizá-lo! Aliás, a onda de matérias contra o Papa estourou logo após a sua Carta aos irlandeses, de caso pensado: como o Santo Padre tem forçado a renúncia de todos os Bispos que não puniram padres pedófilos, procura-se incriminar o Santo Padre para depois dizer: renuncia tu também! Aqui o alvo é principalmente o Papa - que fique bem claro! E é contra isto que os católicos e as pessoas de boa vontade mais perspicazes e informadas têm se insurgido!

Os casos de pedofilia que existam devem ser extirpados, os padres, demitidos do estado clerical, as vítimas assistidas e reparadas... Mas, atacar exatamente o homem que mais tem combatido a pedofilia no âmbito do clero, é de uma injustiça e desonestidade inaceitáveis!

2. A linha do Papa – É preciso ter presente que desde que era Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé a linha do Cardeal Ratzinger nos casos de pedofilia ou imoralidade do clero em geral sempre foi a de tolerância zero: o padre deveria ser demitido do estado clerical! Mas, aqui há um detalhe que muitas vezes as pessoas não recordam: na Igreja existe o Direito Canônico, com suas regras e suas punições. É preciso segui-lo: nenhum cardeal está acima do Direito. Todos estes casos de pedofilia, do ponto de vista da Igreja, têm que ser levados adiante de acordo com as normas do Direito e não na arbitrariedade, caso contrário, entraríamos na injustiça, no arbítrio e na anarquia: bastava uma denúncia sem prova nem fundamento e lá se vai à caça às bruxas!

Isto, a Igreja não fará nunca! No entanto, foi por influência de Ratzinger que João Paulo II simplificou o processo para punir os padres pedófilos e o Cardeal nunca perdeu tempo em puni-los! O caso de pedofilia no clero dos EUA explodiu em 2002 e foi então que ficou estabelecida a linha da Tolerância zero. Um exemplo claro da postura de Ratzinger foi o caso do Pe. Marcial Maciel, fundador dos Legionários de Cristo. Durante o pontificado de João Paulo II havia um processo contra o padre e o Cardeal Ratzinger teve enorme dificuldade de levá-lo adiante, pois alguns cardeais influentes na Cúria não admitiam que o Pe. Maciel fosse culpado. Pensavam que se tratavam de calúnias contra os Legionários, que ainda hoje têm poderosos inimigos dentro e fora da Igreja. Ratzinger, ao contrário, queria o caso investigado a fundo e até o fim, com todas as conseqüências!

Assim que foi eleito Papa, Bento XVI mandou desarquivar o processo e puniu o Padre: proibiu-o de aparecer em público, de exercer o sacerdócio publicamente e o confinou numa das casas dos legionários, ordenando que até o fim da vida ele se dedicasse à penitência e ao arrependimento e não mais tivesse nenhuma influência sobre os legionários. E o padre já tinha mais de oitenta anos! Ainda no ano passado determinou uma visita apostólica aos legionários para extirpar qualquer resquício das más ações do Padre Marcial... É importante ainda lembrar que Ratzinger foi o primeiro Papa a falar publicamente dos casos de pedofilia, a pedir desculpas em nome da Igreja e a querer encontrar pessoalmente as vítimas de abuso! Mais ainda: obrigou a todos os Bispos que não enfrentaram essa questão de modo apropriado a renunciar. Só na Irlanda foram cinco! Sua posição é clara: não há lugar para padres pedófilos na Igreja! Sua determinação aos Bispos é transparente: devem ser demitidos do estado clerical. Portanto, nosso Papa é um homem íntegro, claro e decidido no seu modo de proceder.

3. O motivo do ódio a Bento XVI – O ódio da imprensa a Bento XVI é antigo: desde os tempos de Cardeal ele é visto como o inimigo número um de toda cultura relativista e hedonista atual. Pense-se em temas como aborto, casamento gay, eutanásia, ordenação de mulheres, celibato dos padres, adoção de crianças por parte de casais gays, preservativos... Tudo isto fez de Ratzinger e agora de Bento XVI o catalisador da cultura do politicamente correto e do relativismo dominante! De tal modo criou-se por parte de alguns teólogos progressistas e de setores do pensamento laicista um ódio a Ratzinger, que qualquer coisa que ele diga ou faça é deturpada e, depois, duramente criticada! É importante para a cultura ocidental atual desautorizar e desmoralizar a Igreja, pois ela é a instituição que mais se opõe e de modo mais forte e articulado, ao pensamento dominante atual. E qual o melhor modo de desautorizar a Igreja? Desmoralizando o Papa! Baste recordar o que já deformaram e difamaram em relação ao Papa: o discurso de Ratisbona e a confusão com os muçulmanos, provocada pela BBC (que é dominada pelas organizações gays), a suspensão da excomunhão dos bispos lefebvrianos, a liberação da missa de São Pio V e a oração pelos judeus, a declaração do Papa sobre os preservativos na África... Todas as decisões e palavras do Papa são interpretadas de modo desonesto e jogadas ao público de modo truncado para tornarem o Santo Padre odioso.E, infelizmente, há gente na Igreja, a começar pelo famigerado “teólogo” Hans Küng que promove e apóia esse programa de perseguição ao Papa.

4. A Igreja e a pedofilia – Primeiramente é necessário deixar claro que nem de longe a pedofilia é um problema inerente à Igreja católica. Hoje se sabe que essa chaga está presente no mundo inteiro, em todas as culturas e mesmo entre os ministros de todas as religiões. Mais ainda: os abusos de crianças acontecem sobretudo no seio da família, por parte do pai, do padrasto ou de tios... Estudos sérios dão conta que nas escolas, nas várias religiões, nas famílias este triste fenômeno está presente. Os abusos sexuais e físicos em relação às crianças e jovens são uma chaga mundial, desde a bolinação até o estupro puro e simples e a prostituição. Só nos EUA os estudos indicam que há trinta e nove milhões de jovens que sofreram abuso sexual!

É um número estarrecedor! 6 a 10% dos jovens das escolas públicas norte-americanas sofreram abuso sexual entre 1991 e 2000, isto é cerca de 290 mil jovens! Segundo estudos recentes 2% desses molestadores eram do clero católico. A partir do ano 2002, com a linha dura assumida pela Igreja, graças a Deus esse número despencou absolutamente! Mas por que todo o furor contra a Igreja católica? Por que somente ela aparece, como o epicentro da pedofilia, como uma organização criminosa que protege pedófilos?
Eis os motivos fundamentais: (1) A questão é política: é necessário tirar a todo custo a Igreja do debate político mundial! Sua posição é incômoda demais e ela tem força internacional! (2) Para isso, aproveitam-se erros do passado: até cerca de dez anos atrás, houve pouca vigilância de vários Bispos no trato da questão da pedofilia. Os motivos? Ei-los: um triste espírito de corporativismo em certos setores do clero, falta de responsabilidade pastoral, ingênua esperança de curar os pedófilos com psicoterapia, a crise de vocações, que levou Bispos a cair na tentação de manter no ministério padres indignos, a crise de fé e o relativismo moral e teológico que tomou conta de muitos corações! Esta é a culpa de setores da Igreja. Uma culpa que todos nós católicos deploramos e pela qual nos envergonhamos, porque as vítimas foram os mais fracos e indefesos, aqueles que são preferidos de Cristo, aqueles pelos quais a própria Igreja sempre lutou, aqueles que nos foram confiados por tantos pais e mães católicos!

Disso o Papa já falou claramente. Nos Estados Unidos, emocionado, ele não disse às vítimas “É uma vergonha!”, mas “Eu tenho vergonha!”. É o sentimento de todos nós e aqui não queremos em nada diminuir a gravidade e a culpa de quem fez isso, inclusive jogando na lama o nome da Santa Igreja de Cristo! É preciso deixar claro que os abusos sexuais na Igreja são fruto de uma crise de fé: os padres que vivem autenticamente seu sacerdócio não molestam crianças, os Bispos que levam a sério o cuidado do rebanho protegem os jovens e, mesmo que doa, não hesitam em demitir do estado clerical aqueles que desonram de modo grave o sacerdócio! Pois bem, este erro do passado foi aproveitado pelos inimigos da Igreja para voltarem sempre ao ponto, requentando e reintroduzindo as mesmas acusações, ainda que as escolas católicas continuem o lugar mais seguro para crianças e jovens, seja nos Estados Unidos seja pelo mundo a fora! Disso ninguém tenha dúvida! Nos últimos nove anos, nenhuma outra instituição manteve uma atitude de tanta transparência quanto aos próprios erros na área da pedofilia quanto a Igreja católica e nenhuma outra empregou tantos esforços para remediar o problema. Demorou sim para tomar uma atitude, mas, graças a Deus a tomou!

Mas, nada disso é publicado, porque aqui não interessa a verdade, mas o escândalo fabricado para difamar, para calar a Igreja, para tornar sua voz absolutamente insignificante. Deseja-se criar sobre a Igreja e sobre Bento XVI a mesma lenda negra que se criou sobre Pio XII! Depois de criada, pronto! A coisa está feita! E é muito triste que até certos católicos caem nesse jogo porco!

5. A pedofilia, o celibato e a ordenação de mulheres – Num escândalo artificialmente colocado, com objetivos bem determinados, é claro que não faltam as bandeiras ideológicas. E também aqui, alguns católicos escorregam, coitados! Primeiro, o celibato: o culpado pela pedofilia, além do Papa, é o celibato! Claro que não! É só perguntar a qualquer especialista. O pedófilo não é alguém apto ao casamento e há muitos casados que são pedófilos! Mas, o mundo jamais aceitará ou compreenderá o celibato! Disso já estamos cansados de saber! No entanto, a Igreja não está colocando o celibato em discussão nem colocará: os padres continuarão celibatários! Existem padres infieis ao celibato? Existem! Como existem esposos infieis às esposas!

A questão aqui é a velha fraqueza humana, pela qual Cristo veio ao mundo: para curá-la, redimi-la, extirpar seus maléficos efeitos! A solução é acabar com o celibato? É acabar com o matrimônio indissolúvel e monogâmico? A solução é deixar de pregar a castidade? Não! A solução é educar melhor segundo o Evangelho, é acompanhar melhor e mais atentamente nossos jovens candidatos ao sacerdócio, e dar-lhes melhor a mística do celibato por amor a Cristo e ao Reino dos céus! Só este é o caminho autêntico! Quanto à ordenação de mulheres, defendida pelos liberais mais assanhados dentro e fora da Igreja, de modo algum é solução para pedofilia e não tem nada a ver com a questão. Depois, é doutrina de fé da Igreja católica que, por vontade do próprio Senhor Jesus, somente os homens podem ser sacerdotes. Tal doutrina é definitiva e não poderá nunca ser mudada, por motivo ou pretexto algum.

6. A punição dos pedófilos – No caso de um padre que cometa ato de pedofilia é necessário compreender uma coisa: à Igreja cabe instaurar processo canônico, seguindo todos os trâmites previstos pela lei canônica. Cabe ao Bispo diocesano fazer isto e só a ele! Ficando provado que se trata de pedofilia, envia-se à Santa Sé e ele é demitido do estado clerical imediatamente. Claro que, por prudência, o Bispo já deve logo afastar o sacerdote do contato com o serviço pastoral. Quanto à dimensão do crime propriamente dito, cabe à justiça civil investigar e julgar quem cometeu tal crime.

Bento XVI sempre deixou claro que os Bispos devem colaborar com a justiça quando solicitados. O que não se pode é sair condenando pessoas mediante acusações levianas ou sem prova. O Bispo deve guiar-se pelo bom senso: buscar a justiça e o bem do rebanho sem ceder à paranóia de caça às bruxas.

7. Quanto às vítimas da pedofilia – A Igreja tem o dever moral de dar-lhes toda a assistência necessária e a primeira delas é fazer-lhes justiça não encobrindo quem tenha cometido tais atos nem tolerando sacerdotes que sejam pedófilos!
Quis escrever este longo texto para servir de reflexão e orientação para você, que me honra com sua visita a este Site. Fico muito triste quando vejo católicos deixarem-se guiar pela pauta da mídia e simplesmente engolir tudo quanto é colocado sem critério nem discernimento. Imagine, por exemplo: que interesse tem a Rede Record do Edir Macedo pela verdade? Particularmente quando se trata da Igreja, como essa emissora coloca as coisas? E a Globo, que é espírita? Não culpo a imprensa de modo indiscriminado. Ela tem o direito e o dever de investigar, e isto quando se trate de qualquer instituição, inclusive a Igreja. O que entristece, chateia e até revolta é a injustiça e a difamação – e nós sabemos que a grande tentação da imprensa é o sensacionalismo, ainda que se passe por cima da verdade e da boa fama de pessoas inocentes. Bento XVI que o diga.

Feitas estas considerações, não mais darei explicações sobre a questão da pedofilia. Basta! Tenho coisas mais reais e sérias a tratar! Rezemos pela Igreja! E que os Bispos que tenham casos de sacerdotes pedófilos tomem as devidas providências. E que a pedofilia seja combatida sempre em todos os ambientes onde se manifesta – e não é, nem de longe, principalmente na Igreja. Aliás, o grande problema da Igreja do Brasil nunca foi a pedofilia...

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Por Dom Henrique Soares da Costa, Bispo Auxiliar de Aracaju/SE
http://www.domhenrique.com.br

Evangelho do dia 25 de maio de 2010


EVANGELHO DO DIA. LEIA A PALAVRA DE DEUS
25/05/2010

Evangelho segundo S. Marcos 10,28-31.

Pedro começou a dizer-lhe: «Aqui estamos nós que deixámos tudo e te seguimos.» Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: quem deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou campos por minha causa e por causa do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, no tempo presente, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, juntamente com perseguições, e, no tempo futuro, a vida eterna. Muitos dos que são primeiros serão últimos, e muitos dos que são últimos serão primeiros.»



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Cardeal John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador de comunidade religiosa, teólogo
PPS, vol. 8, n° 2 «Divine Calls»

«Deixámos tudo para Te seguir»


Não somos chamados somente uma vez, mas muitas vezes; ao longo de toda a nossa vida Cristo chama-nos. Chamou-nos em primeiro lugar pelo baptismo, mas também mais tarde; quer obedeçamos ou não à Sua voz, Ela continua a chamar-nos na Sua misericórdia. Se faltamos às nossas promessas do baptismo, Ele chama-nos para nos arrependermos. Se nos esforçamos por responder à nossa vocação, Ele continua a chamar-nos, de graça em graça, de santidade em santidade, tanto tempo quanto durar a nossa vida.

Abraão foi chamado a deixar a sua casa e a sua terra (Gn 12, 1), Pedro as suas redes (Mt 4, 18), Mateus o seu emprego (Mt 9, 9), Eliseu a sua quinta (1Rs 19, 19), Natanael o seu repouso (Jo 1, 47). Todos nós somos incessantemente chamados, de uma coisa para outra, a ir cada vez mais longe, não tendo local de repouso, mas subindo em direcção ao nosso repouso eterno, e não obedecendo a um chamamento interior senão para estarmos prontos para ouvir outro.

Cristo chama-nos incessantemente para nos justificar sem cessar; sem cessar, cada vez mais, Ele quer santificar-nos e glorificar-nos. Devemos compreendê-lo mas demoramos a dar-nos conta desta grande verdade, a de que de algum modo Cristo caminha entre nós e com a Sua mão, o Seu olhar, a Sua voz, nos faz sinal para O seguirmos. Não apreendemos que o Seu chamamento é uma coisa que tem lugar neste preciso momento. Pensamos que ocorreu no tempo dos apóstolos; mas não cremos nisso, não o esperamos verdadeiramente para nós próprios.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

DIA 24 E 25 DE MAIO COMEMORA SE O DIA DE SANTA SARA A RAINHA DOS CIGANOS


Santa Sara Kali é a padroeira dos roma (ciganos).

Existem diversas lendas a respeito da origem de Santa Sara.

Algumas falam que ela seria serva e parteira de Maria, e que Jesus a teria em alta estima por te-lo trazido ao mundo. Outras, que era serva de Maria Madalena. Seu centro de culto é a cidade de Saintes-Maries de la Mer, na França, onde ela teria chegado junto com Maria Jacobina,irmã de Maria, mãe de Jesus, Maria Salomé, mãe dos apóstolos Tiago e João, Maria Madalena, Marta, Lázaro e Maximinio. Eles teriam sido jogados no mar em um barco sem remos nem provisões, e Sara teria rezado e prometido que se chegassem a salvo em algum lugar ela passaria o resto de seus dias com a cabeça coberta por um lenço. Eles depois disso chegaram a Saintes-Maries, onde algumas lendas dizem, foram amparadas por um grupo de ciganos.


A imagem de Santa Sara fica na cripta da igreja de Saint Michel, onde estariam depositados seus ossos.

O epíteto Kali significa "negra", porque sua tez é escura. Seu culto se liga ao culto das Madonas Negras.

Fontes variam: se sua canonização consta de 1712, ou se é uma santa regional. Sua festa é celebrada nos dias 24 e 25 de maio, reunindo ciganos de todo o mundo.

Sua imagem é coberta de lenços, sendo ela uma protetora da maternidade. Mulheres (romi) que não conseguem engravidar e mulheres que pedem por um bom parto, ao terem seus pedidos atendidos, depositam aos seus pés um lenço (diklô). Centenas de lenços se acumulam aos seus pés.

As pessoas fazem todo tipo de pedido para Santa Sara, por sua fama de atender todos os que depositam verdadeira fé nela. Mas perseguirá os opressores, os racistas, aqueles que vão contra seus protegidos prímevos, que são os roma. Santa Sara é a santa dos desesperados, dos ofendidos e dos desamparados.

Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Sara_Kali"

A Cigana Escrava que Venceu os Mares com sua Fé e Virou Santa


Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões.

Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar.

Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito.

Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer.
Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias.
Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio.

Segundo o livro oráculo (único escrito por uma verdadeira cigana) "Lilá Romai: Cartas Ciganas", escrito por Mirian Stanescon - Rorarni, princesa do clã Kalderash, deve ter nascido deste gesto de Sara Kali a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz: "Dalto chucar diklô" (Te darei um bonito lenço).

Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no Sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um Diklô, o mais bonito que encontrassem.

E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.

Para as mulheres ciganas, o milagre mais importante da vida é o da fertilidade porque não concebem suas vidas sem filhos.

Quanto mais filhos a mulher cigana tiver, mais dotada de sorte ela é considerada pelo seu povo.

A pior praga para uma cigana é desejar que ela não tenha filhos e a maior ofensa é chamá-la de DY CHUCÔ (ventre seco).

Talvez seja este o motivo das mulheres ciganas terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para fertilidade.
GUARDIÕES DA LUZ

Oração`a Santa Sara Kali:



Minha Mãe e querida Sara Kali,

que em vida atravessaste os mares

e com vossa fé levaste à vida novamente

todos que contigo estavam;

Vós que Divina e Santa és

amada e cultuada por todos nós,

mãe de todos ciganos e do nosso Povo

Senhora do amor e da misericórdia

Protetora dos Rom

Vós que conhecestes o preconceito e a diferença

Vós que conhecestes a maldade muitas

vezes dentro do coração humano

Olhai por nós

Derramai sobre vossos filhos, vosso amor

vossa Luz e vossa paz

Dái-nos vossa proteção para que nossos caminhos

Sejam repletos de prosperidade e saúde

Carrega-nos com vossas mãos e protegei nossa liberdade,

nossas famílias e colocai no homem mais fraternidade

Derramai vossa Luz nas vossas filhas, para que possam

gerar a continuação livre do nosso povo

Olhai por nós em nossos momentos de

dificuldade e sofrimento, acalmai nossos corações

nos momentos de fúria, guardai-nos do mau

e dos nossos inimigos,

derramai em nossas cabeças vossa Paz

para que em paz possamos viver

abençoai-nos com Teu amor

Santa Sara Kali, que ao Pai celestial possas levar

nossas orações e abrandar nossos caminhos

Que Vossa Luz possa sempre aumentar em Teu

Amor, misericórdia e no Pai

E que asssim sejas louvada para todo o Sempre.

Evangelho do dia 24 de maio de 2010


EVANGELHO DO DIA. LEIA A PALAVRA DE DEUS
Segunda-Feira, 24 de Maio de 2010
8ª Semana Comum


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 17quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele, e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” 18Jesus disse: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. 19Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!”
20Ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. 21Jesus olhou para ele com amor, e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!” 22Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. 23Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!” 24Os discípulos se admiravam com estas palavras, mas ele disse de novo: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!” 26Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso, e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?” 27Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

domingo, 23 de maio de 2010

FESTA DE PENTECOSTES DOMINGO 23 DE MAIO DE 2010


Pentecostes é o símbolo do Cenáculo, onde os Apóstolos se reuniram, pela primeira vez, à espera do Espírito Santo. No Cenáculo, desde a fundação, a comunidade cristã aí se reúne, para ser conduzida pelo Sopro Inspirador, compartilhando o amor em Cristo. Atualmente o 50.º dia após a Páscoa é considerado pelos cristãos o dia de Pentecostes. Pentecostes é quando o Espírito Santo visita os apóstolos e desce sobre eles, na forma de fogo (mera representação). A partir daí os apóstolos passam a pregar o Evangelho em línguas estranhas: Há ação do Espírito Santo no ser humano sempre que este se converte dos seus pecados, pelo arrependimento, e passa a crer em Jesus Cristo como único e suficiente Senhor e Salvador, pedindo a Deus que lhe revista e encha do Espírito Santo. Tal experiência é chamada de batismo no Espírito Santo. Isto tem ocorrido durante toda a história do cristianismo, sendo enfatizado, especialmente, em meados do século XX com o surgimento das primeiras Igrejas Protestantes Pentecostais, as quais enfatizam os dons do Espírito, ou pelos membros da Renovação Carismática Católica (RCC) que, seguindo a doutrina e as diretrizes de sua Igreja, fazem o mesmo.

EVANGELHO DO DIA 23 DE MAIO DE 2010


Evangelho (João 20,19-23)
Domingo, 23 de Maio de 2010
Solenidade de Pentecostes


— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós!
— Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”.
20Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.
21Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”.
22E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.

Vem Espírito Santo


Os judeus tinham uma festa de Pentecostes, que se celebrava 50 dias após a páscoa. Nesta festa, recordavam o dia em que Moisés subiu ao monte Sinai e recebeu as tábuas da Lei, contendo os ensinamentos dirigidos ao povo de Israel. Celebravam assim, a aliança do Antigo testamento que o povo estabeleceu com Deus: Eles se comprometeram a viver segundo seus mandamentos e Deus se comprometeu a estar sempre com eles.

Vinham pessoas de todos os cantos para a festa de Pentecostes no Templo de Jerusalém. Deus havia prometido mandar seu espírito em ocasiões diversas: Durante a Última Ceia, Jesus lhes promete a seus apóstolos o seguinte: “Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente convosco. O Espírito da verdade, quem o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conhecereis, porque ficará convosco e estará em vós.” (Jo 14, 16-17)

Mais adiante lhes disse: “Disse-vos estas coisas, permanecendo convosco. Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar tudo o que vos tenho dito” (Jo 14, 25-26)

Ao terminar a cena, volta a fazer a mesma promessa: “Contudo, digo-vos a verdade, a vós convém que eu vá; se eu não for, não virá a vós o Consolador; mas, se eu for, vo-lo enviarei. Ele, quando vier, argüirá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Sim, do pecado, porque não creram em mim; da justiça, porque vou para o Pai e vós não mais me vereis; Enfim, do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado. Tenho ainda muitas coisas a vos dizer, mas vós não as podeis suportar agora. Quando, porém, vier o Espírito da verdade, conduzir-vos-á à verdade integral. Pois, não há de falar de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e anunciar-vos-á as coisas que estão por vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo anunciará.” (Jo 16, 7-14)

No calendário do ano litúrgico, comemora-se Pentecostes no domingo subseqüente à festa da Ascensão de Jesus. O significado do termo para os católicos, representa a festa celebrada pela Igreja 50 dias após a Ressurreição de Jesus (Páscoa).

Depois da Ascensão de Jesus, encontravam-se os apóstolos reunidos com a Mãe de Deus. Era o dia da festa de Pentecostes. Os apóstolos tinham medo de sair para pregar. Repentinamente, escutou-se um forte vento e línguas de fogo pousaram sobre cada um deles. Cheios do Espírito Santo, passaram a falar em línguas desconhecidas. Nesses dias, haviam muitos estrangeiros em Jerusalém, que vinham de todas as partes do mundo para celebrar a festa de Pentecostes judia. Cada um ouvia falar os apóstolos em sua própria língua e compreendiam perfeitamente o que eles falavam. Todos eles, nesses dias, não tiveram medo e saíram a pregar ao mundo os ensinamentos de Jesus. O Espírito Santo lhes concedeu forças para a grande missão que tinham de cumprir: Levar a Palavra de Jesus a todas as nações e batizar todos os homens em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

O Espírito Santo de Deus é a terceira pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja nos ensina que o Espírito Santo é o amor que existe entre o Pai e o Filho. Este amor é tão grande e perfeito que forma uma terceira pessoa. O Espírito Santo enche nossas almas no Batismo e depois, de maneira perfeita, na Confirmação. Com o amor divino de Deus dentro de nós, somos capazes de amar a Deus e ao próximo. O Espírito Santo nos ajuda a cumprir nosso compromisso de vida com Jesus.

sábado, 22 de maio de 2010

DIA DE SANTA RITA DE CASSIA 22 DE MAIO


Santa Rita de Cássia, nascida Rita Lotti (Roccaporena, 1381 — Cássia, 22 de maio de 1457), foi uma monja agostiniana da diocese de Espoleto, Itália. Foi beatificada em 1627, canonizada em 1900 e perdeu a virgindade em 1397.
Biografia
Filha única, foi mãe, viúva, religiosa e estigmatizada. Nasceu em maio do ano 1381, um ano depois da morte de Santa Catarina de Siena. A casa natal de Santa Rita está perto de Cássia, entre as montanhas, a umas quarenta milhas de Assis, na Úmbria, região do centro da Itália que mais santos tinha dado à Igreja (São Benedito, Santa Escolástica, São Francisco, Santa Clara, Santa Ângela, São Gabriel, Santa Clara de Montefalco, São Valentim e muitos mais).

Sua vida começou em tempo de guerras, terremotos, conquistas e rebeliões. Países invadiam países, cidades atacavam as cidades vizinhas, vizinhos lutavam com os vizinhos, irmão contra irmão. Os problemas do mundo pareciam maiores que a política e os governos eram capazes de resolver. Nascida de devotos pais, Antonio Mancini e Amata Ferri, que se conheciam como os "Pacificadores de Jesus Cristo", pois os chamavam para apaziguar brigas entre vizinhos.

Eles não necessitavam de discursos poderosos nem discussões diplomáticas, somente apelavam a Jesus. Sentiam que somente assim se podem apaziguar as almas. Apesar da idade avançada de Amata (62 anos), nem por isso deixavam de confiar em Deus e foi assim que Deus, acredita-se, atendeu às suas preces: conta a história que um anjo apareceu a ela e lhe revelou que daria à luz uma menina que seria a admiração de todos, escolhida por Deus para manifestar a todos os seus prodígios.


A mais antiga representação da santa.[editar] O matrimônio
Seus pais, sem ter aprendido a ler ou escrever, ensinaram a Rita desde menina tudo acerca de Jesus, a Virgem Maria e os mais conhecidos santos. Rita, igual a Santa Catarina de Siena, nunca foi à escola para aprender a escrever ou a ler (A Santa Catarina foi, conforme se crê, dada a graça de ler milagrosamente por Jesus Cristo); para Santa Rita seu único livro era o crucifixo.

Ela queria ser religiosa durante toda sua vida, mas seus pais, Antônio e Amata, avançados em idade, escolheram para ela um esposo, Paolo Ferdinando, o que não foi uma decisão muito sábia. Mas Rita obedeceu. Os católicos creem que quis Deus assim dar-nos nela o exemplo de uma admirável esposa, cheia de virtude, ainda nas mais difíceis circunstâncias.

Depois do matrimônio, seu esposo demonstrou ser bebedor, mulherengo e abusador. Ela padeceu no longo período de dezoito anos que viveu com seu esposo. Muitas vezes bebeu o "cálice da amargura" até a última gota, incontáveis foram os atos de paciência e resignação que praticou, as lágrimas ardentes que derramou. Injuriada sem motivo, não tinha uma palavra de ressentimento; espancada, não se queixava e era tão obediente que nem à igreja ia sem a permissão de seu brutal marido.

A mansidão, a docilidade e a prudência da esposa, porém, suavizaram aquela rude impetuosidade, conseguindo transformar em manso cordeiro aquele leão furioso. Com que eloquência ensinava às suas vizinhas casadas o modo de manter a paz e a harmonia com seus esposos. Elas, admiradas por nunca terem visto divergências em casa de Rita, iam com frequência consolar-se com ela e expor os dissabores e ultrajes que recebiam de seus maridos.

À imitação de Santa Mônica, Rita lhes respondia: "Lembrai que, desde o momento em que recebemos nossos esposos, como maridos, aceitamo-los como nossos donos e senhores, e assim lhes devemos amor, obediência e respeito, pois isso significa ser casadas! Notai que não tem menos culpa a mulher que fala mal de seu marido do que o marido que, com incorreto proceder, dá ensejo à mulher para que fale mal". Por isso, não permitia que em sua presença se murmurasse dos defeitos alheios. Por esse meio conseguiu desterrar de muitos o péssimo costume de falar mal dos outros.

Encontrou sua fortaleza em Jesus Cristo, em uma vida de oração, sofrimento e silêncio. Tiveram dois gêmeos, os quais herdaram o temperamento do pai. Rita se preocupou e orou por eles. Depois de vinte anos de matrimônio e oração por parte de Rita, o esposo se converteu, pediu-lhe perdão e lhe prometeu mudar sua forma de ser. Rita perdoou e ele deixou sua antiga vida de pecado. Passava o tempo com Rita nos caminhos de Deus.

Isso não durou muito, porque, enquanto seu esposo havia se reformado, não foi assim com seus antigos amigos e inimigos. Uma noite, Paolo não chegou em casa. Antes de sua conversão, isso não teria sido estranho, mas no Paolo reformado isso não era normal. Rita sabia que algo havia ocorrido. No dia seguinte, encontraram-no assassinado.

Sua pena foi aumentada quando seus dois filhos, que eram maiores, juraram vingar a morte de seu pai. As súplicas não conseguiram dissuadi-los. Foi então que Santa Rita compreendeu que mais vale salvar a alma que viver muito tempo: rogou ao Senhor que salvasse as almas de seus dois filhos e que tirasse suas vidas antes que se perdessem para a eternidade por cometer um pecado mortal. O Senhor aparentemente respondeu a suas orações: os dois padeceram de uma enfermidade fatal.

Durante o tempo de enfermidade, a mãe lhes falou docemente de amor e do perdão. Antes de morrer, conseguiram perdoar aos assassinos de seu pai. Rita esteve convencida de que eles estavam com seu pai no céu.

Entrada na vida religiosa
Ao estar sozinha, não se deixou vencer pela tristeza e pelo sofrimento. Santa Rita quis entrar no convento com as irmãs agostinianas, mas não era fácil conseguir. Não queriam uma mulher que havia estado casada. A morte violenta de seu esposo deixou uma sombra de dúvida. Ela se voltou de novo a Jesus em oração. Ocorreu então o que se crê como um milagre.

Uma noite, enquanto Rita dormia profundamente, ouviu que a chamavam: "Rita, Rita, Rita!" Isso ocorreu três vezes, na terceira vez Rita abriu a porta e ali estavam Santo Agostinho, São Nicolau de Tolentino e São João Batista, de qual ela havia sido devota desde muito menina.

Eles lhe pediram que os seguissem. Depois de correr pelas ruas de Roccaporena, no pico de Scoglio, onde Rita sempre ia orar, sentiu que a levantaram no ar e a empurravam suavemente. Encontrou-se acima do monastério de Santa Maria Madalena em Cássia. Então caiu em êxtase. Quando saiu do êxtase, encontrou-se dentro do monastério, embora todas as portas estivessem trancadas. Ante aquele milagre, as monjas agostinianas não lhe puderam negar entrada.

Finalmente aceita na ordem, consta que ali teria plantado uma roseira (ainda existente), que todos os anos dá flores em pleno inverno. É admitida e faz a profissão nesse mesmo ano de 1417, e ali passa quarenta anos de consagração a Deus.

Suas provações
Durante seu primeiro ano, Rita foi posta à prova por suas superioras. Foi-lhe dada a passagem da Escritura do jovem rico para que meditasse. Um dia, Rita foi posta à prova por sua Madre Superiora. Para colocar à prova a obediência da noviça, a superiora do convento ordenou-lhe que regasse de manhã e à tarde um galho seco, provavelmente um ramo de videira ressequido e já destinado ao fogo. Rita não ofereceu dificuldade alguma e de manhã e de tarde, com admirável simplicidade, cumpria essa tarefa, enquanto as irmãs a observavam com irônico sorriso. Isso durou cerca de um ano, segundo algumas biografias da santa.

Rita o fez obedientemente e de boa maneira. Uma manhã, a planta se havia convertido em uma videira com flores e deu uvas que se usaram para o vinho sacramental. Desde esse dia segue dando uvas.

Amor à Paixão de Cristo
Rita meditava muitas horas na paixão de Cristo, meditava nos insultos, nos desprezos, nas ingratidões que sofreu em seu caminho ao Calvário. Durante a Quaresma do ano 1443, foi a Cássia um pregador chamado Santiago de Monte Brandone, que deu um sermão sobre a paixão de Cristo que tocou tanto a Rita que, a seu retorno ao monastério, pediu fervorosamente ao Senhor ser participante de seus sofrimentos na cruz.

Dum modo especial exercitava-se na contemplação dos mistérios da Paixão e Morte de Jesus, a tanto chegou o seu amor na consideração das dores de Jesus que, um dia, prostrada aos pés do Crucificado, pediu amorosamente ao Senhor que lhe fizesse sentir um pouco daquela imensa dor que ele havia sofrido pregado na cruz. Conforme a história, da coroa que cingia a cabeça da imagem do Redentor, desprendeu-se um espinho, que se cravou na fronte da santa, causando-lhe intensíssimas dores até à morte.

Aquela ferida era, na verdade, fonte de celestiais doçuras para a santa, mas, ao mesmo tempo, de desgosto para as religiosas, que não podiam suportar a vista daquela repugnante ferida, vendo-se, por esse motivo, obrigada a viver isolada de suas amadas irmãs. A santa aceitou isso como um novo favor do céu, ficando, assim, livre para tratar mais intimamente com Deus. Ali redobrou as suas penitências, os seus jejuns e as suas orações, esforçando-se em unir-se mais estreitamente com Jesus, seu celestial esposo.

A maioria dos santos que têm recebido esse dom exalam uma fragrância celestial. As chagas de Santa Rita, sem dúvida, exalavam um odor pútrido, pelo que devia afastar-se das pessoas. Por quinze anos viveu sozinha, longe de suas irmãs monjas. O Senhor lhe deu uma trégua quando quis ir a Roma para o primeiro ano santo. Desapareceu o estigma de sua cabeça durante o tempo que durou a peregrinação. Tão pronto quanto chegou de novo a casa, o estigma voltou a aparecer e teve que se afastar de novo das irmãs.

Em sua vida, teve muitas chamadas, mas ante tudo foi uma mãe tanto física como espiritualmente. Quando estava no leito de morte, pediu ao Senhor que lhe desse um sinal para saber que seus filhos estavam no céu. A meados de inverno, recebeu uma rosa do jardim perto de sua casa em Roccaporena. Pediu um segundo sinal. Desta vez recebeu um figo do jardim de sua casa em Roccaporena, ao final do inverno.

Os últimos anos de sua vida foram de expiação. Uma enfermidade grave e dolorosa a deixou imóvel sobre sua humilde cama de palha durante quatro anos. Ela observou como seu corpo se consumia com paz e confiança em Deus.

As rosas de Santa Rita
Durante a enfermidade, a pedido seu lhe apresentaram algumas rosas que haviam brotado de maneira prodigiosa no frio inverno em sua horta de Rocaporena. Ela as aceitou sorrindo como um dom de Deus.

A morte da santa
Santa Rita percorreu o caminho da perfeição, a via purgativa, a iluminativa e a unitiva. Conheceu o sofrimento e em tudo cresceu em caridade e confiança em Deus. O crucifixo foi seu melhor mestre. "Chegou o tempo, minhas queridas irmãs, de sair deste mundo. Deus assim o quer. Muito vos ofendi por não vos ter amado e obedecido como era de minha obrigação, com toda minha alma vos peço perdão de todas as negligências e descuidos. Reconheço que vos tenho molestado por causa desta ferida da fronte, rogo-vos que tenhais piedade das minhas fragilidades. Perdoai minhas ignorâncias e rogai a Deus por mim, para que minha alma alcance a paz e a misericórdia da clemência divina."

No convento, só se ouviam os soluços das freiras, mas o sino começou a tocar aparentemente sozinho, anunciando a sua partida deste mundo. Era o dia 22 de maio de 1457 e contava a santa 76 anos de idade. Era o fim de uma vida cheia de sofrimentos. As religiosas pensavam com horror no odor fétido de sua chaga, mas o seu rosto pálido começou a tomar viva cor, a ferida cicatrizou-se e de seu corpo começou a exalar um delicioso perfume.

Uma das religiosas, Catarina Mancini, que tinha um braço paralítico, quis abraçá-la e assim o fez porque o seu braço ficou curado pela santa. As freiras revestiram o corpo com o hábito de sua ordem e o transportaram para a capela interior do mosteiro. A ferida do estigma na fronte desapareceu e em lugar apareceu uma mancha vermelha como um rubi, a qual tinha uma deliciosa fragrância.

Devia ter sido velada no convento, mas pela multidão tão grande se necessitou da igreja. Permaneceu ali e a fragrância nunca desapareceu, até os dias atuais permanece e a todos encanta. Por isso, nunca a enterraram. O ataúde de madeira que tinha originalmente foi trocado por um de cristal e ficou exposto para veneração dos fiéis desde então. Multidões, todavia, acodem em peregrinação a honrar a santa e pedir sua intercessão ante seu corpo que permanece incorrupto.

Leão XIII a canonizou em 1900.

Grandes milagres
Em Pergola, lugarejo da Úmbria, havia uma casa pertencente a uma das mais ilustres famílias da Itália, que, pela grande devoção que tinha a Santa Rita, fazia-lhe todos os anos a festa na igreja de Santo Agostinho. Estavam casados há mais de dezoito anos, mas viviam tristes porque não tinham filhos. Recorreram a Santa Rita com fervorosas súplicas, para que lhes alcançasse de Deus o que lhe pediam. O Senhor atendeu a suas orações, dando-lhes dois filhos, que foram a consolação dos pais e a honra da família.

Na cidade de Valença, no ano de 1688, Santa Rita restituiu a visão a uma menina cega de nascimento, no fim de uma novena que os pais da criança lhe fizeram.

A Bernardino, filho de Tibério, restituiu Santa Rita a visão de um dos olhos, que tinha perdido por causa de uma ferida: entrando no sepulcro da santa, saiu livre do mal de que padecia.

Uma mulher nobre, chamada Mateia de César, natural de Rocha, que era surda-muda desde a sua primeira idade, fez uma promessa a Santa Rita. Passou a ouvir e logo falou.

Francisca, natural de Fucella, surda de cinco anos, pela intercessão de Santa Rita, conseguiu ouvir, após lhe rezar três Ave-Marias.

No ano de 1457, um homem, natural de Ocone, tremendamente aflito de pedras nos rins, recorreu a Santa Rita e logo se viu livre de tão penoso mal.

A mãe da menina Josefa Maria prometeu a Santa Rita vestir-lhe um hábito igual ao da santa se a livrasse de um terrível mal do coração. Concedeu-lhe a santa imediatamente a graça.

Não é menor a graça que recebeu uma criança chamada Ana, cuja garganta foi atravessada por um alfinete, que lhe impedia a respiração. Sendo-lhe aplicada com grande fé uma estampa da santa , no mesmo tempo expeliu o alfinete pela boca.

Lúcia tinha um filho de pés e mãos entrevados havia muitos anos: untou-os com azeite da lâmpada de Santa Rita e invocou o seu patrocínio; levantou-se o menino completamente são.

No grande terremoto que sofreram alguns lugares da Itália, em 12 de maio de 1730, contam que o corpo de Santa Rita levantou-se da urna em que estava e, suspenso no ar por espaço de várias horas, reprimiu o golpe do espantoso terremoto, que na cidade de Cássia não passou de ameaça. Esse fato foi confirmado pelo bispo do lugar e divulgado por toda a Europa.

Outro espantoso fato ocorrido foi quando o superior da Ordem Agostiniana foi visitar o corpo de Santa Rita e o corpo se levantou da urna, suspenso no ar, em sinal de respeito ao superior da ordem.

Essas maravilhas e outras muitas estão arroladas no processo de beatificação de Santa Rita de Cássia.

Hagiológio
Muitos são os sinais sobrenaturais atribuídos a Rita de Cássia, descritos na Hagiografia, além dos já indicados. Teria, na noite de sexta-feira da Paixão, recebido um dos espinhos da coroa de Cristo. Os crentes lhe atribuem outros milagres, ligados às frias terras montanhosas onde viveu, como o de que abelhas brancas teriam ornado seu berço e abelhas negras seu leito de morte.

Oração de Santa Rita de Cássia
(Santa Rita é invocada em especial para causas impossíveis)

Ó Poderosa e gloriosa Santa Rita, eis a vossos pés uma alma desamparada que, necessitando de auxílio, a vós recorre com a doce esperança de ser atendida por vós que tem o título de santa dos casos impossíveis e desesperados. Ó cara santa, interessai-vos pela minha causa, intercedei junto a Deus para que me conceda a graça de que tanto necessito (faça o pedido). Não permitais que tenha de me afastar de vossos pés sem ser atendido. Se houver em mim algum obstáculo que me impeça de alcançar a graça que imploro, auxiliai-me para que o afaste. Envolvei o meu pedido em vossos preciosos méritos e apresentai-o a vosso celeste esposo, Jesus, em união com a vossa prece. Ó Santa Rita, eu ponho em vós toda a minha confiança. Por vosso intermédio, espero tranqüilamente a graça que vos peço. Santa Rita, advogada dos impossíveis, rogai por nós.

Curiosidades
Santa Rita é, juntamente à Santa Filomena, uma das padroeiras do município de Codó, no Maranhão.

EVANGELHO DO DIA 22 DE MAIO DE 2010


EVANGELHO DO DIA. LEIA A PALAVRA DE DEUS



EVANGELHO QUOTIDIANO
Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68


Sabado, dia 22 de Maio de 2010
Sábado da 7ª semana da Páscoa

Hoje a Igreja celebra : Santa Rita de Cássia, viúva, religiosa, +1457, Santa Quitéria, virgem, mártir, séc. II, Beato João Baptista Machado, presbítero, mártir, +1617

Ver comentário em baixo, ou carregando aqui
Santa Teresa de Ávila : «Se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso? Tu, segue-me!»


Evangelho segundo S. João 21,20-25.

Pedro voltou-se e viu que o seguia o discípulo que Jesus amava, o mesmo que na ceia se tinha apoiado sobre o seu peito e lhe tinha perguntado: 'Senhor, quem é que te vai entregar?' Ao vê-lo, Pedro perguntou a Jesus: «Senhor, e que vai ser deste?» Jesus respondeu-lhe: «E se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso? Tu, segue-me!» Foi assim que, entre os irmãos, correu este rumor de que aquele discípulo não morreria. Jesus, porém, não disse que ele não havia de morrer, mas sim: «Se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso?» Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e que as escreveu. E nós sabemos bem que o seu testemunho é verdadeiro. Há ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se elas fossem escritas, uma por uma, penso que o mundo não teria espaço para os livros que se deveriam escrever.
Palavra da salvação.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Evangelho do dia 21 de maio de 2010


Evangelho segundo S. João 21,15-19.

Depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?» Pedro respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta os meus cordeiros.» Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-me?» Ele respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.» E perguntou-lhe, pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?» Pedro ficou triste por Jesus lhe ter perguntado, à terceira vez: 'Tu és deveras meu amigo?' Mas respondeu-lhe: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!» E Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres.» E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória a Deus. Depois destas palavras, acrescentou: «Segue-me!»





Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Bem-aventurado João XXIII (1881-1963), papa
Diário da Alma (Lisboa, Paulus Ed., p. 363)

«Simão, filho de João, tu amas-Me mais do que estes? [...] Amas-Me? [...] Amas-Me?»


O sucessor de Pedro sabe que, na sua pessoa e na sua actividade, é a graça e a lei do amor que sustenta, vivifica e embeleza tudo; e, diante do mundo inteiro, a Igreja Santa apoia-se no intercâmbio de amor entre Jesus e ele, Simão Pedro, filho de João, como sobre um alicerce visível e invisível: Jesus invisível aos olhos da carne, o Papa, Vigário de Cristo, visível ao mundo inteiro. Meditando neste mistério de amor íntimo entre Jesus e o Seu Vigário, que honra e que felicidade para mim, mas ao mesmo tempo que motivo de confusão pela pequenez, pelo nada que sou.

A minha vida deve ser toda de amor a Jesus e, simultaneamente, uma completa efusão de bondade e de sacrifício por cada alma e por todo o mundo. É rapidíssima a passagem do episódio evangélico que proclama o amor do Papa a Jesus e, através Dele, às almas, à lei do sacrifício. O próprio Jesus anuncia-o assim a Pedro: «Eu te garanto: quando eras mais novo, punhas o cinto e ias para onde querias. Quando fores mais velho, estenderás as mãos e outro te apertará o cinto e te levará para onde não queres ir» (Jo 21, 18).

Pela graça do Senhor, ainda não entrei nesta velhice mas, com os meus oitenta anos feitos, encontro-me à porta. Portanto, devo estar preparado para este último trajecto da minha vida, em que me esperam limitações e sacrifícios, até ao sacrifício da vida corporal e ao abrir da vida eterna. Jesus, estou disposto a estender as minhas mãos, já trémulas e fracas, a deixar que outro me ajude a vestir-me e me ajude na caminhada.

Senhor, a Pedro acrescentaste: «e te levará para onde não queres ir». Depois de tantas graças, multiplicadas durante a minha longa vida, não há nada que não queira. Jesus, Tu revelaste-me o caminho: «Seguir-Te-ei para onde quer que fores» (Mt 8, 19).

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Evangelho do dia 20 de maio de 2010


Evangelho segundo S. João 17,20-26.

Não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão-de crer em mim, por meio da sua palavra, para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste. Eu dei-lhes a glória que Tu me deste, de modo que sejam um, como Nós somos Um. Eu neles e Tu em mim, para que eles cheguem à perfeição da unidade e assim o mundo reconheça que Tu me enviaste e que os amaste a eles como a mim. Pai, quero que onde Eu estiver estejam também comigo aqueles que Tu me confiaste, para que contemplem a minha glória, a glória que me deste, por me teres amado antes da criação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu, mas Eu conheci-te e estes reconheceram que Tu me enviaste. Eu dei-lhes a conhecer quem Tu és e continuarei a dar-te a conhecer, a fim de que o amor que me tiveste esteja neles e Eu esteja neles também.»



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

João Paulo II
Encíclica «Ut unum sint», § 22

«Que todos sejam um»


Quando os cristãos rezam juntos, a meta da unidade fica mais próxima. A longa história dos cristãos, marcada por múltiplas fragmentações, parece recompor-se tendendo para a fonte da sua unidade, que é Jesus Cristo. Ele «é sempre o mesmo ontem, hoje e por toda a eternidade» (Heb 13, 8). Na comunhão de oração, Cristo está realmente presente; reza «em nós», «connosco» e «por nós». É Ele que guia a nossa oração no Espírito Consolador, que prometeu e deu à sua Igreja no Cenáculo de Jerusalém, quando a constituiu na sua unidade original.

No caminho ecuménico para a unidade, a primazia pertence, sem dúvida, à oração comum, à união orante daqueles que se congregam à volta do próprio Cristo. Se os cristãos, apesar das suas divisões, souberem unir-se cada vez mais em oração comum ao redor de Cristo, crescerá a sua consciência de como é reduzido o que os divide em comparação com aquilo que os une. Se se encontrarem sempre mais assiduamente diante de Cristo na oração, os cristãos poderão ganhar coragem para enfrentar toda a dolorosa realidade humana das divisões, e reencontrar-se-ão juntos naquela comunidade da Igreja que Cristo forma incessantemente no Espírito Santo, apesar de todas as debilidades e limitações humanas.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Evangelho do dia 19 de maio de 2010




Evangelho (João 17,11b-19)
Quarta-Feira, 19 de Maio de 2010
7ª Semana da Páscoa



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos para o céu e rezou, dizendo: 11b“Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um. 12Quando eu estava com eles, guardava-os em teu nome, o nome que me deste. Eu os guardei e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição, para se cumprir a Escritura.
13Agora, eu vou para junto de ti, e digo estas coisas, estando ainda no mundo, para que eles tenham em si a minha alegria plenamente realizada. 14Eu lhes dei a tua palavra, mas o mundo os rejeitou, porque não são do mundo, como eu não sou do mundo. 15Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. 16Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo.
17Consagra-os na verdade; a tua palavra é verdade. 18Como tu me enviaste ao mundo, assim também eu os enviei ao mundo. 19Eu me consagro por eles, a fim de que eles também sejam consagrados na verdade”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Evangelho do dia 18 de maio de 2010



Evangelho segundo S. João 17,1-11.

Assim falou Jesus. Depois, levantando os olhos ao céu, exclamou: «Pai, chegou a hora! Manifesta a glória do teu Filho, de modo que o Filho manifeste a tua glória, segundo o poder que lhe deste sobre toda a Humanidade, a fim de que dê a vida eterna a todos os que lhe entregaste. Esta é a vida eterna: que te conheçam a ti, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem Tu enviaste. Eu manifestei a tua glória na Terra, levando a cabo a obra que me deste a realizar. E agora Tu, ó Pai, manifesta a minha glória junto de ti, aquela glória que Eu tinha junto de ti, antes de o mundo existir. Dei-te a conhecer aos homens que, do meio do mundo, me deste. Eles eram teus e Tu mos entregaste e têm guardado a tua palavra. Agora ficaram a saber que tudo quanto me deste vem de ti, pois as palavras que me transmitiste Eu lhas tenho transmitido. Eles receberam-nas e reconheceram verdadeiramente que Eu vim de ti, e creram que Tu me enviaste. É por eles que Eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me confiaste, porque são teus. Tudo o que é meu é teu e o que é teu é meu; e neles se manifesta a minha glória. Doravante já não estou no mundo, mas eles estão no mundo, e Eu vou para ti. Pai santo, Tu que a mim te deste, guarda-os em ti, para serem um só, como Nós somos!





Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo e Doutor da Igreja
Comentário ao evangelho de João, 11, 7; Pg 74, 497-499 (a partir da trad. Delhougne, Les Pères commentent)

«Pai, tenho manifestado o Teu nome aos homens»


O Filho não manifestou o nome do Pai apenas revelando-o e dando-nos uma instrução exacta sobre a Sua divindade, uma vez que que tudo isso tinha sido proclamado antes da vinda do Filho, pela Escritura inspirada. O Filho também nos ensinou, não só que Ele é verdadeiramente Deus, mas que é também verdadeiramente Pai, e que é assim verdadeiramente chamado, pois tem em Si mesmo e produz para fora de Si mesmo o Filho, que é co-eterno com a Sua natureza.

O nome de Pai é mais apropriado a Deus do que o nome de Deus: este é um nome de dignidade, aquele significa uma propriedade substancial. Porque quem diz Deus diz o Senhor do universo. Mas quem nomeia o Pai específica a característica da pessoa: mostra que é Ele que gera. Que o nome de Pai é mais verdadeiro e mais apropriado que o de Deus mostra-no-lo o próprio Filho pelo modo como o usa. Pois Ele não dizia: «Eu e Deus», mas: «Eu e o Pai somos um» (Jo 10, 30). E dizia também: «Foi a Ele, ao Filho, que Deus marcou com o Seu selo» (Jo 6, 27).

Mas, quando mandou os seus discípulos baptizarem todos os povos, ordenou expressamente que o fizessem, não em nome de Deus, mas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 19).

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Evangelho do dia 17 de maio de 2010


Evangelho segundo S. João 16,29-33.

Disseram-lhe os seus discípulos: «Agora, sim, falas claramente e não usas nenhuma comparação. Agora vemos que sabes tudo e não precisas de que ninguém te faça perguntas. Por isso, cremos que saíste de Deus!» Disse-lhes Jesus: «Agora credes? Eis que vem a hora e já chegou em que sereis dispersos cada um por seu lado, e me deixareis só, se bem que Eu não esteja só, porque o Pai está comigo. Anunciei-vos estas coisas para que, em mim, tenhais a paz. No mundo, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já venci o mundo!»




Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Paulino de Nola (355-431), bispo
Carta 38, 3-4: PL 61, 359-360

«No mundo, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já venci o mundo!»


Desde a origem do mundo que Cristo sofre em todos os Seus. Ele é «o princípio e o fim» (Ap 1, 8); escondido na lei, revelado no Evangelho, Ele é o Senhor «sempre admirável», que sofre e triunfa «nos Seus santos» (2Ts 1, 10; Sl 67, 36 LXX). Em Abel, foi assassinado pelo irmão; em Noé, foi ridicularizado pelo filho; em Abraão, conheceu o exílio; em Isaac, foi oferecido em sacrifício; em Jacob, foi reduzido a servo; em José, foi vendido; em Moisés, foi abandonado e rejeitado; nos profetas, foi lapidado e dilacerado; nos apóstolos, foi perseguido em terra e no mar; nos Seus inúmeros mártires, foi torturado e assassinado. É Ele quem, ainda hoje, carrega a nossa fraqueza e as nossas doenças, porque Ele é o verdadeiro homem, exposto por nós a todos os males e capaz de tomar a Seu cargo a fraqueza que, sem Ele, seríamos totalmente incapazes de suportar. É Ele, sim, é Ele que carrega em nós e por nós o peso do mundo para nos libertar dele; e assim, é «na fraqueza que a Minha força se revela totalmente» (2Cor 12,9). É Ele que em ti suporta o desprezo, é Ele que este mundo odeia em ti.

Demos graças ao Senhor, porque se Ele é posto em causa, também é Ele que recebe a vitória (cf. Rm 3, 4). Segundo esta palavra da Escritura, é Ele quem triunfa em nós quando, ao tomar a condição de servo, adquire para os Seus servos a graça da liberdade.

domingo, 16 de maio de 2010

EVANGELHO DO DIA 16 DE MAIO DE 2010


Evangelho segundo S. João 17,20-26.

Não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão-de crer em mim, por meio da sua palavra, para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste. Eu dei-lhes a glória que Tu me deste, de modo que sejam um, como Nós somos Um. Eu neles e Tu em mim, para que eles cheguem à perfeição da unidade e assim o mundo reconheça que Tu me enviaste e que os amaste a eles como a mim. Pai, quero que onde Eu estiver estejam também comigo aqueles que Tu me confiaste, para que contemplem a minha glória, a glória que me deste, por me teres amado antes da criação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu, mas Eu conheci-te e estes reconheceram que Tu me enviaste. Eu dei-lhes a conhecer quem Tu és e continuarei a dar-te a conhecer, a fim de que o amor que me tiveste esteja neles e Eu esteja neles também.»




Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Concílio Vaticano II
Decreto sobre o ecumenismo, 7-8 - Copyright © Libreria Editrice Vaticana

«Para que todos sejam um só»


Não há verdadeiro ecumenismo sem conversão interior. É que os anseios de unidade nascem e amadurecem a partir da renovação da mente (Ef 4, 23), da abnegação de si mesmo e da libérrima efusão da caridade. [...] Lembrem-se todos os cristãos de que tanto melhor promoverão e até realizarão a união dos cristãos quanto mais se esforçarem por levar uma vida mais pura, de acordo com o Evangelho. Porque, quanto mais unidos estiverem em comunhão estreita com o Pai, o Verbo e o Espírito, tanto mais íntima e facilmente conseguirão aumentar a fraternidade mútua.

Esta conversão do coração e esta santidade de vida, juntamente com as orações particulares e públicas pela unidade dos cristãos, devem ser tidas como a alma de todo o movimento ecuménico e com razão podem ser chamadas ecumenismo espiritual.

É coisa habitual entre os católicos reunirem-se frequentemente para aquela oração pela unidade da Igreja que o próprio Salvador pediu ardentemente ao Pai, na vigília de Sua morte: «Que todos sejam um». Em algumas circunstâncias peculiares, como por ocasião das orações prescritas «pro unitate» em reuniões ecuménicas, é lícito e até desejável que os católicos se associem aos irmãos separados na oração. Tais preces comuns são certamente um meio muito eficaz para suplicar a unidade. São uma genuína manifestação dos vínculos pelos quais ainda estão unidos os católicos com os irmãos separados: «Onde dois ou três estão congregados em Meu nome, ali estou Eu no meio deles» (Mt. 18, 20).

sábado, 15 de maio de 2010

EVANGELHO DO DIA 15 DE MAIO DE 2010



Evangelho segundo S. João 16,23-28.

Nesse dia, já não me perguntareis nada. Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai em meu nome, Ele vo-la dará. Até agora não pedistes nada em meu nome; pedi e recebereis. Assim, a vossa alegria será completa.» «Até aqui falei-vos por meio de comparações. Está a chegar a hora em que já não vos falarei por comparações, mas claramente vos darei a conhecer o que se refere ao Pai. Nesse dia, apresentareis em meu nome os vossos pedidos ao Pai, e não vos digo que rogarei por vós ao Pai, pois é o próprio Pai que vos ama, porque vós já me tendes amor e já credes que Eu saí de Deus. Saí do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e vou para o Pai.»




Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São João-Maria Vianney (1786-1859), presbítero, Cura de d'Ars
Catecismo sobre a oração (in Monnin, Esprit du Curé d'Ars; cf breviário)

«Até agora não pedistes nada em Meu nome; pedi e recebereis. Assim, a vossa alegria será completa»


Vede, meus filhos: o tesouro de um cristão não se encontra na Terra, mas no céu (Mt 6,20). Pois bem, o nosso pensamento deve estar onde está o nosso tesouro. O homem tem uma função bela, a de orar e de amar. Oramos, amamos: eis a felicidade do homem na Terra.

A oração não é outra coisa senão uma união com Deus. Quando temos o coração puro e unido a Deus, sentimos em nós um bálsamo, uma doçura que inebria, uma luz que encadeia. Nesta união íntima, Deus e a alma são como dois pedaços de cera fundidos em conjunto; não conseguimos separá-los. É algo muito belo, esta união de Deus com a sua pequena criatura. É uma felicidade que não se pode compreender. Merecemos não orar; mas Deus, na Sua bondade, permitiu-nos falar-Lhe. A nossa oração é um incenso que Ele recebe com enorme prazer.

Meus filhos, tendes um coração pequeno, mas a oração alarga-o e torna-o capaz de amar Deus. A oração é um antegosto do céu, um fluxo do paraíso. Ela nunca nos deixa sem doçura. É um mel que entra na alma e tudo adoça. Tal como a neve perante o sol, o sofrimento funde-se perante uma oração bem feita.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

MIISSA DE 13 DE MAIO EM FATIMA


Bento XVI na Missa de 13 de Maio: Não está concluída a missão profética de Fátima
13/05/2010 às 09:24


13.05.2010 - Portugal - Fátima

Queridos peregrinos,

«A linhagem do povo de Deus será conhecida […] como linhagem que o Senhor abençoou» (Is 61, 9). Assim começava a primeira leitura desta Eucaristia, cujas palavras encontram uma realização admirável nesta devota assembleia aos pés de Nossa Senhora de Fátima. Irmãs e irmãos muito amados, também eu vim como peregrino a Fátima, a esta «casa» que Maria escolheu para nos falar nos tempos modernos. Vim a Fátima para rejubilar com a presença de Maria e sua materna protecção. Vim a Fátima, porque hoje converge para aqui a Igreja peregrina, querida pelo seu Filho como instrumento de evangelização e sacramento de salvação. Vim a Fátima para rezar, com Maria e tantos peregrinos, pela nossa humanidade acabrunhada por misérias e sofrimentos. Enfim, com os mesmos sentimentos dos Beatos Francisco e Jacinta e da Serva de Deus Lúcia, vim a Fátima para confiar a Nossa Senhora a confissão íntima de que «amo», de que a Igreja, de que os sacerdotes «amam» Jesus e n’Ele desejam manter fixos os olhos ao terminar este Ano Sacerdotal, e para confiar à protecção materna de Maria os sacerdotes, os consagrados e consagradas, os missionários e todos os obreiros do bem que tornam acolhedora e benfazeja a Casa de Deus.

São a linhagem que o Senhor abençoou… Linhagem que o Senhor abençoou és tu, amada diocese de Leiria-Fátima, com o teu Pastor Dom António Marto, a quem agradeço a saudação inicial e todas as atenções com que me cumulou nomeadamente através de seus colaboradores neste santuário. Saúdo o Senhor Presidente da República e demais autoridades ao serviço desta Nação gloriosa. Idealmente abraço todas as dioceses de Portugal, aqui representadas pelos seus Bispos, e confio ao Céu todos os povos e nações da terra. Em Deus, estreito ao coração todos os seus filhos e filhas, especialmente quantos vivem atribulados ou abandonados, no desejo de comunicar-lhes aquela esperança grande que arde no meu coração e que, em Fátima, se faz encontrar mais sensivelmente. A nossa grande esperança lance raízes na vida de cada um de vós, amados peregrinos aqui presentes, e de quantos estão em comunhão connosco através dos meios de comunicação social.

Sim! O Senhor, a nossa grande esperança, está connosco; no seu amor misericordioso, oferece um futuro ao seu povo: um futuro de comunhão consigo. Tendo experimentado a misericórdia e consolação de Deus que não o abandonara no fatigante caminho do regresso do exílio de Babilónia, o povo de Deus exclama: «Exulto de alegria no Senhor, a minha alma rejubila no meu Deus» (Is 61, 10). Filha excelsa deste povo é a Virgem Mãe de Nazaré, a qual, revestida de graça e docemente surpreendida com a gestação de Deus que se estava operando no seu seio, faz igualmente sua esta alegria e esta esperança no cântico do Magnificat: «O meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador». Entretanto não se vê como privilegiada no meio de um povo estéril, antes profetiza-lhe as doces alegrias duma prodigiosa maternidade de Deus, porque «a sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem» (Lc 1, 47.50).

Prova disto mesmo é este lugar bendito. Mais sete anos e voltareis aqui para celebrar o centenário da primeira visita feita pela Senhora «vinda do Céu», como Mestra que introduz os pequenos videntes no conhecimento íntimo do Amor Trinitário e os leva a saborear o próprio Deus como o mais belo da existência humana. Uma experiência de graça que os tornou enamorados de Deus em Jesus, a ponto da Jacinta exclamar: «Gosto tanto de dizer a Jesus que O amo. Quando Lho digo muitas vezes, parece que tenho um lume no peito, mas não me queimo». E o Francisco dizia: «Do que gostei mais foi de ver a Nosso Senhor, naquela luz que Nossa Senhora nos meteu no peito. Gosto tanto de Deus!» (Memórias da Irmã Lúcia, I, 40 e 127).

Irmãos, ao ouvir estes inocentes e profundos desabafos místicos dos Pastorinhos, poderia alguém olhar para eles com um pouco de inveja por terem visto ou com a desiludida resignação de quem não teve essa sorte mas insiste em ver. A tais pessoas, o Papa diz como Jesus: «Não andareis vós enganadas, ignorando as Escrituras e o poder de Deus?» (Mc 12, 24). As Escrituras convidam-nos a crer: «Felizes os que acreditam sem terem visto» (Jo 20, 29), mas Deus – mais íntimo a mim mesmo de quanto o seja eu próprio (cf. Santo Agostinho, Confissões, III, 6, 11) – tem o poder de chegar até nós nomeadamente através dos sentidos interiores, de modo que a alma recebe o toque suave de algo real que está para além do sensível, tornando-a capaz de alcançar o não-sensível, o não-visível aos sentidos. Para isso exige-se uma vigilância interior do coração que, na maior parte do tempo, não possuímos por causa da forte pressão das realidades externas e das imagens e preocupações que enchem a alma (cf. Card. Joseph Ratzinger, Comentário teológico da Mensagem de Fátima, ano 2000). Sim! Deus pode alcançar-nos, oferecendo-Se à nossa visão interior.

Mais ainda, aquela Luz no íntimo dos Pastorinhos, que provém do futuro de Deus, é a mesma que se manifestou na plenitude dos tempos e veio para todos: o Filho de Deus feito homem. Que Ele tem poder para incendiar os corações mais frios e tristes, vemo-lo nos discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 32). Por isso a nossa esperança tem fundamento real, apoia-se num acontecimento que se coloca na história e ao mesmo tempo excede-a: é Jesus de Nazaré. E o entusiasmo que a sua sabedoria e poder salvífico suscitavam nas pessoas de então era tal que uma mulher do meio da multidão – como ouvimos no Evangelho – exclama: «Feliz Aquela que Te trouxe no seu ventre e Te amamentou ao seu peito». Contudo Jesus observou: «Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática» (Lc 11, 27. 28). Mas quem tem tempo para escutar a sua palavra e deixar-se fascinar pelo seu amor? Quem vela, na noite da dúvida e da incerteza, com o coração acordado em oração? Quem espera a aurora do dia novo, tendo acesa a chama da fé? A fé em Deus abre ao homem o horizonte de uma esperança certa que não desilude; indica um sólido fundamento sobre o qual apoiar, sem medo, a própria vida; pede o abandono, cheio de confiança, nas mãos do Amor que sustenta o mundo.

«A linhagem do povo de Deus será conhecida […] como linhagem que o Senhor abençoou» (Is 61, 9) com uma esperança inabalável e que frutifica num amor que se sacrifica pelos outros, mas não sacrifica os outros; antes – como ouvimos na segunda leitura – «tudo desculpa, tudo acredita, tudo espera, tudo suporta» (1 Cor 13, 7). Exemplo e estímulo são os Pastorinhos, que fizeram da sua vida uma doação a Deus e uma partilha com os outros por amor de Deus. Nossa Senhora ajudou-os a abrir o coração à universalidade do amor. De modo particular, a beata Jacinta mostrava-se incansável na partilha com os pobres e no sacrifício pela conversão dos pecadores. Só com este amor de fraternidade e partilha construiremos a civilização do Amor e da Paz.

Iludir-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída. Aqui revive aquele desígnio de Deus que interpela a humanidade desde os seus primórdios: «Onde está Abel, teu irmão? […] A voz do sangue do teu irmão clama da terra até Mim» (Gn 4, 9). O homem pôde despoletar um ciclo de morte e terror, mas não consegue interrompê-lo… Na Sagrada Escritura, é frequente aparecer Deus à procura de justos para salvar a cidade humana e o mesmo faz aqui, em Fátima, quando Nossa Senhora pergunta: «Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele mesmo é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?» (Memórias da Irmã Lúcia, I, 162).

Com a família humana pronta a sacrificar os seus laços mais sagrados no altar de mesquinhos egoísmos de nação, raça, ideologia, grupo, indivíduo, veio do Céu a nossa bendita Mãe oferecendo-Se para transplantar no coração de quantos se Lhe entregam o Amor de Deus que arde no seu. Então eram só três, cujo exemplo de vida irradiou e se multiplicou em grupos sem conta por toda a superfície da terra, nomeadamente à passagem da Virgem Peregrina, que se votaram à causa da solidariedade fraterna. Possam os sete anos que nos separam do centenário das Aparições apressar o anunciado triunfo do Coração Imaculado de Maria para glória da Santíssima Trindade.

Fonte: Rádio Vaticano

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