Um dia, um homem foi visitar seu amigo.
Ao entrar em sua casa, deparou-se com alguns objetos que o amigo havia separado para venda. Seus olhos se maravilharam com cada um deles, bebendo da sua beleza com assombro. Ficou abismado, contemplando-os.
O relógio pareceu, por alguns segundos, ter parado os ponteiros do tempo. Enquanto isso, a mente do amigo, a quem pertencia os objetos, mergulhava em lembranças, parecia repassar as páginas da sua vida recordando o momento em que adquirira cada um daqueles objetos.
Todos tinham sua história, seu valor, não estavam mortos como pensava, mas apenas adormecidos na memória. Aquele homem que entrara em sua casa, também seu amigo, o fizera reviver, resgatando o brilho do olhar, aquele mesmo brilho que acende a chama do coração e que é tão comum nas crianças.
Então, se deu conta de que o amigo que veio lhe visitar, ao contemplar a sua casa, a via com a novidade do olhar, tudo lhe era novo, belo. O que para ele não passava de cacarecos, para o amigo, encantava e seduzia. Percebeu que seu olhar estava acostumado, não via mais nada, tudo se transformara em lugar comum, passava por cada cômodo como passava por cada pessoa que compunha o mosaico da sua vida, com certa indiferença. Olhar batido de quem não mais se encanta, não se admira com a vida em suas mais variadas expressões.
Lembrou-se, então, do dia em que visitou um sebo. Seus dedos corriam admirados por entre as páginas dos velhos livros, que iam adquirindo força, vida, ante seus olhos enternecidos. Aqueles livros estavam mortos para os outros, mas vivos para ele, suas palavras faziam seu coração pulsar, engrandecer-se, a mente viajava, alimentava-se com novas paisagens. Idéias que para os outros estavam ultrapassadas, para ele eram recém descobertas, pareciam pães fresquinhos saídos da padaria.
Assim é cada pessoa, não precisa de uma nova vida, mas de novos olhos: para contemplar, para encantar-se, para encontrar-se, para amar. E quem dá novos olhos é o coração. Um coração receptivo, aberto e filial. Um coração que todos os dias se volta para Deus, Pai misericordioso, bondoso e amoroso. Deixando escapar dos lábios o Sim. O "Faça-se em mim segundo a tua palavra" Lc 1,38. Para, assim, a Palavra se fazer carne e habitar entre nós Jo 1,14.
Todos tinham sua história, seu valor, não estavam mortos como pensava, mas apenas adormecidos na memória. Aquele homem que entrara em sua casa, também seu amigo, o fizera reviver, resgatando o brilho do olhar, aquele mesmo brilho que acende a chama do coração e que é tão comum nas crianças.
Então, se deu conta de que o amigo que veio lhe visitar, ao contemplar a sua casa, a via com a novidade do olhar, tudo lhe era novo, belo. O que para ele não passava de cacarecos, para o amigo, encantava e seduzia. Percebeu que seu olhar estava acostumado, não via mais nada, tudo se transformara em lugar comum, passava por cada cômodo como passava por cada pessoa que compunha o mosaico da sua vida, com certa indiferença. Olhar batido de quem não mais se encanta, não se admira com a vida em suas mais variadas expressões.
Lembrou-se, então, do dia em que visitou um sebo. Seus dedos corriam admirados por entre as páginas dos velhos livros, que iam adquirindo força, vida, ante seus olhos enternecidos. Aqueles livros estavam mortos para os outros, mas vivos para ele, suas palavras faziam seu coração pulsar, engrandecer-se, a mente viajava, alimentava-se com novas paisagens. Idéias que para os outros estavam ultrapassadas, para ele eram recém descobertas, pareciam pães fresquinhos saídos da padaria.
Assim é cada pessoa, não precisa de uma nova vida, mas de novos olhos: para contemplar, para encantar-se, para encontrar-se, para amar. E quem dá novos olhos é o coração. Um coração receptivo, aberto e filial. Um coração que todos os dias se volta para Deus, Pai misericordioso, bondoso e amoroso. Deixando escapar dos lábios o Sim. O "Faça-se em mim segundo a tua palavra" Lc 1,38. Para, assim, a Palavra se fazer carne e habitar entre nós Jo 1,14.
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