quinta-feira, 3 de junho de 2010
TEXTO SOBRE A EUCARISTIA QUE PADRE JULIO MANDOU ESPECIALMENTE PRO BLOG DA WEB TRINDADE SANTA
Eucaristia, coração da Igreja!
Ao conhecermos as motivações da Solenidade de Corpus Christi, devemos nos perguntar: E hoje, nós cristãos católicos temos consciência da presença real do Senhor nas espécies eucarísticas do Pão e do Vinho? Pode-se dizer que não apresentamos nenhuma dificuldade nesse aspecto. A catequese sobre a Eucaristia privilegiou essa dimensão do mistério eucarístico e o povo é dotado de uma sensibilidade toda especial para crer na presença do Senhor no Pão e Vinho. Porém, resta-nos um desafio: mesmo sabendo que esse modo de presença é especialíssimo, ainda temos que crescer ampliando nossa compreensão de como o Senhor se faz presente na Eucaristia. Porque, nesse sentido, existem vários outros modos e não apenas no Pão e Vinho. Cristo se faz realmente presente também na assembléia reunida em seu nome, na Palavra que é proclamada e na pessoa daquele que preside a Eucaristia.
Para compreender melhor a Eucaristia na vida da Igreja e de nós, cristãos, vamos recordar a metáfora do coração. O coração tem dois movimentos (duas batidas) intercalados: um de contração que junta o sangue e outro de dilatação que joga o sangue que vai circular pelo corpo. São chamados de sístole e diástole. Penso que é assim que funciona a Eucaristia na Igreja. Ela congrega, reúne, alimenta e depois lança esse "sangue novo" no mundo. A Eucaristia participa da vida mais íntima da Igreja, ao mesmo tempo em que impulsiona a mesma Igreja na missão. Tratar da Eucaristia é tratar daquilo que temos de mais sagrado e de mais significativo para a nossa fé. Nossa missão, em Cristo, é evangelizar!
O Papa Bento XVI tem razão ao dizer que é preciso assegurar a participação dos fiéis na vida eucarística e motivar os cristãos a valorizarem e participarem ativamente da missa dominical. E o apelo do Papa não se restringe a uma mera presença do povo na missa. Ele deseja que se assegure a participação ativa dos fiéis, o que vai requerer também de quem prepara a celebração uma grande preocupação para que toda a Eucaristia leve em conta a assembléia como sujeito ativo e não como expectador. A Celebração Eucarística bem preparada e bem participada pela comunidade cristã é porta de entrada para a evangelização. As celebrações ficarão “mais atraentes” na medida em que manifestarem mais o próprio Cristo, motivo da atração. É preciso refletir seriamente sobre o vazio que muitas celebrações produzem. Falta, muitas vezes, um clima orante, os gestos são realizados de forma mecânica, há pouco espaço para o silêncio e, conseqüentemente, pouco espaço para que o Cristo, em seu mistério se manifeste.
No sacramento da Eucaristia, Cristo deixou-se a Si próprio como alimento, para que n’Ele tivéssemos vida e vida em abundância (cf. Jo 10,10). Numa sociedade em que cada vez mais vão desaparecendo os bons valores, seja por falta de critérios cristãos de nossos governantes, ou por falta de uma estrutura familiar sólida e consistente; assistimos ao incremento de investimentos na indústria do prazer, da violência, do entretenimento imoral e perverso que destroem cada vez mais as nossas crianças, os nossos jovens e, sobretudo, as nossas famílias. O mundo em que vivemos faz questão de expulsar Deus de seu dia a dia, de viver como se Ele não existisse e acredita que a vida não vai além dos valores e bens materiais. De fato, uma família sem um porto seguro é uma família ameaçada a perder-se pelo caminho, à mercê das várias armadilhas colocadas por esta sociedade sem fundamentos cristãos. Olhar para Cristo significa conhecê-lo, relacionar-se com Ele pela oração e amizade, alimentar-se d’Ele na Eucaristia. Este alimento é o que nos educa a verdade, a uma vida plenamente feliz. Cristo afirma: “a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue, verdadeira bebida” (Jo 6,55). Ele é o alimento que se oferece a nós: “elevou os olhos para o céu, abençoou-os, partiu-os e os deu aos discípulos para distribuí-los à multidão” (Lc 9,16b). É este o alimento que se oferece que nossas famílias precisam: o Pão e Vinho verdadeiros, capaz de tornar-nos firmes e resistentes em meio a tantos ataques à família e à vida.
Celebramos a festa da vida, da partilha, da comunhão. A festa da Eucaristia, dom de Deus e força para nossa caminhada. Celebramos nossa fé e nossa vida, em cada celebração eucarística em nossas comunidades, semanalmente. Façamos que a Eucaristia seja, realmente, fonte de vida as nossas famílias e a nossa sociedade. Eucaristia, coração da Igreja!
Pe. Júlio César Fernandes
www.pejulio.blogspot.com/
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